Empreendimentos imobiliários em Brasília já são feitos com projetos de aproveitamento da água da chuva. Preocupação das empresas é evitar o impacto negativo das construções na natureza
Gustavo Souto Maior, professor da UnB, alerta para o consumo racional de água, a fim de evitar o racionamento no futuro.
A economia de água vem se tornando, com o passar dos anos, prioridade para muitos segmentos da sociedade. Essa responsabilidade ecológica já contagiou até a construção civil. Engenheiros, construtoras e profissionais da área de meio ambiente se desdobram para economizar a água da capital.
O professor Gustavo Souto Maior, do Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade de Brasília (UnB), acredita ser importante, antes de tudo, destacar a escassez de água no Distrito Federal. Por ser uma região que contém seus recursos hídricos concentrados em um lugar e que não teve reposição dessa água, todo o cuidado deve ser tomado.
“As fontes de abastecimento de água do DF estão basicamente divididas da seguinte forma: 65% na barragem do Descoberto, 20% na barragem de Santa Maria e 15% em pequenos mananciais. A oferta é a mesma, mas o consumo só aumenta e uma hora essa água acaba”, alerta o professor Gustavo.
A água fornecida pela Caesb nas residências é de ótima qualidade, conta o professor, e custa muito caro para o consumidor e para os cofres públicos. Então, qualquer forma de má utilização da água potável, como lavar carro, regar plantas ou lavar varandas, pode custar mais para o DF do que para o consumidor em sua conta no final do mês.
Economia
Por motivos como esses é que a opção encontrada por muitos moradores e empreendedores do DF foi implantar um sistema que possibilite a reutilização da água da chuva nas obras. O presidente do Clube de Engenharia do DF, João Carlos Pimenta, afirma que na cidade este é um assunto relativamente recente e que ainda não despertou muito a atenção da população. “É um assunto que se ouve muito a respeito, mas em Brasília ainda se ouve muito pouco” revela.
Entretanto, além da economia na conta de luz e do cuidado com os recursos hídricos da capital, há também a questão da impermeabilização do solo. Com o crescimento da cidade, o asfaltamento e a perda de áreas verdes fazem com que grandes enxurradas e enchentes ocorram cada vez mais. Com o armazenamento da água dessas chuvas, menos água cairá no solo e as chances de enchentes irão diminuir também.
Existem várias formas de coleta da água da chuva para utilização doméstica e cada uma vai ter um valor determinado, variando de local, material usado e mão de obra. Uma das formas mais comuns é quando a água é coletada no telhado da casa ou prédio e armazenada em cisternas no térreo ou subsolo. Nessas cisternas são instaladas bombas e o encanamento necessário para direcionar a água. Em alguns casos são instalados equipamentos para filtrar a água, dependendo do proprietário.
Entretanto, são necessários alguns cuidados. O telhado tem uma grande concentração de impurezas, principalmente na época da seca, quando há grande quantidade de folhas e ventos que as espalham, daí a necessidade do filtro. É importante também dar uma atenção especial aos reservatórios de água, caso esse armazenamento não tenha manutenção correta, pois a saúde dos moradores e funcionários de condomínios pode ser ameaçada.
Investimento de longo prazo
Esse modo de reaproveitamento da água esbarra em alguns custos adicionais. Mas o professor Gustavo Souto Maior garante: “É um investimento que em princípio pode demandar um pouco mais de dinheiro, mas no longo prazo fará bem ao meio ambiente e à conta de água das pessoas”.
O engenheiro João Carlos completa: “Essa atitude exige uma despesa inicial mais elevada que o comum. É preciso uma cisterna para o armazenamento da água, mas as tubulações, por exemplo, podem ser utilizadas da estação.”
A meta principal do Setor Noroeste é a de ser o primeiro bairro ecológico do Brasil. Ações como a preservação do verde e a implementação de serviços ecologicamente corretos, priorizados neste setor, abrem as portas à criação de novos hábitos de vida para a população de Brasília. O residencial Viverde, da Construtora Vilela e Carvalho, é um dos mais adiantados do bairro e reflete efetivamente essa mudança de consciência.
Antônio Carlos Golveia explica como a obra é feita sem afetar o meio ambiente
O engenheiro responsável pela obra, Antônio Carlos Golveia, explica como é feita a obra sem que o meio ambiente seja afetado: “No Noroeste, por lei, temos de seguir a parte da sustentabilidade nos canteiros de obra. No Viverde não podia ser diferente. Aqui reutilizamos a água para uma série de coisas, inclusive na lavagem e produção do concreto da betoneira”, conta.
A reutilização da água no residencial Viverde é feita através da decantação. A água suja é colocada em um tanque para ficar em repouso.
Depois de determinado tempo, as impurezas da água vão para o fundo do recipiente e o líquido pode então ser reutilizado na produção de concreto, por exemplo.
As vantagens desse dispositivo
• Redução do consumo de água da rede pública e do custo de fornecimento do líquido.
• Evita a utilização de água potável onde esta não é necessária, como, por exemplo, na descarga de vasos sanitários, irrigação de jardins, lavagem de pisos, etc.
• Os investimentos de tempo e de dinheiro são mínimos para adotar a captação de água pluvial na grande maioria dos telhados. E o retorno do investimento ocorre a partir de dois anos e meio.
• Economia ecológica e financeira de um recurso natural escasso em toda a cidade e disponível em abundância no telhado.
• Ajuda a conter as enchentes, represando parte da água que teria de ser drenada para galerias e rios;
• Encoraja a conservação de água.
Claudio Cirino
Consultor Imobiliário Creci E 12506
(61) 9977-9119 ou 8470-2858
Skype: corretorclaudiodf
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